O período de quarentena, em função da pandemia atribuída ao COVID-19, tem deixado muitos trabalhadores com renda reduzida ou sem renda, o que causa preocupação na hora de pagar as contas, que não deixam de chegar. Por isso, muitas despesas devem passar por negociação e outras vão ser “jogadas pra frente” pelos consumidores, diante das dificuldades financeiras do momento.
A coordenadora do Centro de Estudo e Finanças da Fundação Getúlio Vargas, Claudia Yoshinaga, em entrevista ao Bom Dia São Paulo (TV), orienta listar todas as contas, separar as despesas mais caras, observar quais são negociáveis, tentar um desconto e, se conseguir, fazer um planejamento para o pós-crise. Alguns trabalhadores, inevitavelmente, farão uma análise de quais contas deverão ser pagas mais pra frente, mas devem ficar atentos a juros de parcelamentos também, para não cair numa “furada”.
“Para conciliar a queda de receita com as despesas, sem fazer mais dívidas ou entrar no cheque especial, vai ser necessário disciplina. Tente negociar prazos, parcelamento com fornecedores, se for o caso, donos de imóveis (caso de aluguel) e reveja quais contas trazem menos despesas futuras caso se torne inadimplente”, orienta Claudia.
Suspensão de algumas cobranças
Para reduzir o impacto da crise provocada pelo novo coronavírus na vida e no bolso da população, muitos governos estaduais e empresas de serviços essenciais têm adotado medidas de emergência. Energia elétrica, água e gás natural, em muitos estados, não sofrerão cortes por falta de pagamento nos próximos três meses. Para saber como está a cobrança de serviços na sua cidade e estado, procure as empresas e seus canais oficiais de comunicação e se informe sobre qualquer dúvida. Veja algusn exemplos:
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por exemplo, suspendeu durante 90 dias o corte no fornecimento de energia elétrica por falta de pagamento dos consumidores residenciais urbanos e rurais e também de atividades essenciais. A decisão vale para todas as distribuidoras. Caso seja necessário, o prazo poderá ser ampliado. A medida não isenta os consumidores de pagar a conta, mas garante o fornecimento para quem não tem condições de manter as faturas em dia.
Já em São Paulo, a Sabesp passou a suspender na quarta-feira (1º) a cobrança da tarifa social de água para mais de 500 mil famílias carentes de todo o estado. Até o mês de junho, essa tarifa não será cobrada, o que vai ajudar esses consumidores durante a crise da Covid-19.
Ainda em São Paulo, um acordo do governo estadual com a Comgás suspendeu até 31 de maio ações de interrupção de fornecimento de gás de consumidores residenciais e pequenos comércios. A medida é voltada para os imóveis que consomem até 500 m³/mês, conforme a média de consumo do primeiro bimestre deste ano.
E no Rio de Janeiro, o governo do estado proibiu o corte de água, gás e energia elétrica por falta de pagamento durante pandemia. As concessionárias também vão ter que possibilitar o parcelamento dos débitos após o período de contingenciamento do estado por causa do coronavírus. A medida se estende aos microempreendedores individuais (MEIs) e às pequenas empresas. Além disso, também fica suspensa a incidência de multas ou juros por atrasos nos pagamentos dos serviços públicos durante o período de contingenciamento.